Preciso me recolher
para me restaurar
e a dor transformar.
Sem você no meu mundo,
sinto já não ser mais a mesma.
Acolho a perda, carregando em mim todas as emoções contraditórias que ora afloram.
Minhas indagações tomam novas proporções.
Fico, assim, perdida em silêncio.
As lágrimas escorrem sem pedir licença.
Sua ausência é onipresente.
Seu silêncio é ensurdecedor.
Seu nome agora é hino de amor.
Por vezes, enfrento as ondas de dor,
por outras, só me deixo levar.
Nesse momento nada e tudo fazem muito sentido.
Sigo pulando ondas, mergulho também.
Deito na areia e deixo-me secar pelo sol.
Relaxo e adormeço
na esperança de acordar desse pesadelo.
Tanja cadê você? Preciso te ver.
A despedida violenta e inesperada dói demais.
Penso nas suas filhas ainda pequenas,
no seu marido tão apaixonado,
nos seus pais e amigos, desolados.
A sua mente brilhante e seu coração generoso
só rivalizam com o seu senso de humor maravilhoso.
Foram tantos risos e agora são tantas lágrimas…
já não sei mais como encarar essa dor.
O caixão foi lacrado, o seu corpo foi cremado.
As flores murcharão, eu sei,
mas terei você sempre viva no meu coração.
A intensidade da dor é proporcional ao amor
e à admiração dessa amiga querida
que passou como um sopro em minha vida.
Gratidão Tanja pelos raios de sol,
pelas danças na chuva
e pela confiança mútua.
Me promete que você ficará bem?
Me promete que tomaremos banho de mar juntas novamente?
Me promete que o tempo ajudará?
Me promete?
Com amor e muitas saudades,
Ariella Machado
Imagem: Tiluria by Pixabay