O tarô lê

Assumir o ego me inspirando num texto meu, 
no qual eu trato o ego como um amigo querido
que merece carinho, respeito e reconhecimento, 
é um pulo no abismo. 

No caminho há de se enxergar o dragão
pelas vias práticas, 
há também o enfrentamento de vozes críticas,
há o assumir 
o despir 
e poder ouvir 
o que cada um, 
de si, se espelha em mim. 

Há de saber gerenciar o reconhecimento
num acalento. 

Assumir a matéria-prima,
como minha, 
é seguir em frente
com a dor nascente. 

É reconhecer o meu mago, meu guia 
e entrar em sintonia. 

É reconexão de céu e de terra. 

É um ouvir e aceitar 
a fagulha desperta 
que anseia ser fogueira. 

É aceitar se esquentar
na chama do chamado
e se deixar ninar 
na noite fria 
por sombras dançantes,
e ser luz na escuridão. 

Iluminar a linhagem 
exige coragem. 
Por mim, por ti, por nós. 

Ariella Machado

Imagem: Enrique Meseguer de Pixabay

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