Você tem a alma em chamas,
por isso o corpo reclama.
A dor da violência,
vinculada na essência,
gera injustiça
que grita
com legitimidade,
mas os ouvintes estão cegos.
Como se construir sem teto,
sem nexo.
O afeto é perigo,
pois leva ao castigo
de ser mulher.
É nessa mulher ferida
que você segue de cabeça erguida.
Essa dignidade
te confere
uma força surreal,
necessária
para escalar as montanhas
cotidianas.
Na tua descendência,
você ascende.
No cuidado de dar cuidado,
você se supera e se libera.
Na dor do ser,
há luz clemente,
há beleza
que está no olhar
voltado para dentro,
sem medo.
O lembrete é:
“a tua essência é divina”,
e nenhuma marca,
nenhuma chaga,
pode mudar o fato
que você é amor.
Então, no fogo da tua alegria,
sinta-se muito querida
hoje e sempre
mesmo quando
a sua mente teimar em mentir.
Você é amor.
Ariella Machado
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