Minha infância foi roubada,
foi martirizada, 
e os estilhaços recolhidos 
foram colados 
em meio a outros atritos. 
O medo da rejeição 
é o que mais detona
vindo à tona de maneira discreta, 
pois eu não deixo a porta aberta. 
A minha criança ferida
ainda quer cuidar e preservar 
a adulta que se acha bem resolvida. 
Hoje eu só quero colo,
dar e receber. 
Ariella Machado
Imagem: Imtiyaz Quraishi Pixabay
