Guardiãs do fogo

Até quando serei minha pior inimiga 
nessa guerra sem concessão 
onde os tiros saem pela culatra
deixando marcas amargas?

Assumir meu brilho sem grilos 
é missão a ser cumprida 
com urgência 
e muita resiliência. 

Mas que brilho, 
quando me sinto apenas escuridão? 
Pois conjugo com maestria 
o verbo acreditar em mim em vão.

Repetindo…

Assumir meu brilho sem grilos 
é missão a ser cumprida 
com urgência.

Então é hora
de mandar pastar 
todas as vozes críticas 
típicas da autossabotagem 
na qual nos tornamos craques.

Coragem é agir com o coração, 
não obstante os medos e os tropeços 
que por vezes nos deixam no chão. 

Firmar nosso lugar no mundo 
nos pede rugir cada vez mais alto 
com uma autoridade tranquila, 
que não se aniquila 
pois a sabedoria ilumina.

Desenvolver a autoconfiança 
é um ato de rebeldia e de esperança, 
acolhendo toda a complexidade humana 
que não mais se encaixa 
no papel da “boazinha” 
que tudo faz 
e muito se desfaz 
por migalhas de um amor ilusório. 

Vamos então espelhar a coragem 
de se mostrar, 
de tomar as rédeas de nossos desejos
e de liberar todas as nossas criações 
sem pretensões.

Acabaremos nos acostumando 
com o destaque,
mas sem orgulho, 
pois não estaremos na seara do poder 
e sim do amor absoluto.

Amor por si, por nós 
e por um mundo mais sábio 
a ser reinventado 

E é nesse caminho a ser desbravado
que poderemos seguir brilhando, 
pois não haverá sopro 
ou corrente de ar
suficientemente potente 
para apagar a gente.

Nosso fogo é sagrado 
porque é alimentado por nossas criações 
que abrem alas para as novas gerações
mais confiantes 
que não aprenderam a conjugar 
o verbo duvidar de si.

Ariella Machado

Imagem: Matheus Bertelli by Pexels


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima