Preciso de espaços para
chorar águas paradas,
retirar caveiras do baú,
e mergulhar em lutos congelados.
Preciso encontrar esse caminho,
apesar dos espinhos,
e abrir as portas
dessa casa mal-assombrada.
E quem sabe
dançar com os fantasmas
e conjurar os antepassados
para abrir novas vias mais iluminadas.
Mas, enquanto isso,
fico na seca e na cegueira,
à espreita das passagens secretas
a serem descobertas
que pulsam dentro de mim.
Ariella Machado
Imagem: Enrique Meseguer by Pixabay