O sangue jorra
transborda nos meus humores
e se apura no acolhimento
sombrio de mim mesma. 
O sangue jorra
a eletricidade é alta
e os décibels elevados. 
O sangue corre 
e percorre outras águas. 
O sangue seca
a vida pulsa 
a generosidade exala pelos meus poros. 
Meu ventre é fonte de criação
de vidas destemidas
que se transformam em ações 
bem concebidas. 
O ciclo recomeça 
e é nessa entrega 
que me reconheço.
Reconecto-me com o passado, presente e futuro. 
E é aqui que dou as mãos 
a todas as mulheres do mundo. 
Ariella Machado
Imagem: Sora Shimazaki by Pexels
