O despertar do templo

Tenho um corpo.
Sou um corpo.
Sou um ser em um corpo.

Com a sua própria inteligência 
que me revela uma essência ferida, 
contida e muito antiga.

A dor de ter que se conter 
se transforma em travas, 
bem elaboradas, 
onde a respiração não passa, 
não traça. 

O templo foi fechado, 
foi lacrado, 
e os dragões, e os leões ficam à espreita, 
todo movimento levanta suspeita. 

Mas o Buda interior continua intacto e paciente, 
à espera… pois ele é mais que corpo. 

Um dia o corpo desperta, 
dificilmente, dolorosamente. 

Cada limite é respeitado e é acompanhado, 
então o corpo se surpreende e vai além. 

Ele está vivo, 
sua vitalidade jorra, 
e o Buda interior sorri. 

Ariella Machado

Imagem: Buddah statue illustration vectorielle Vecteurs par Vecteezy

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